De olho na poesia – Crônica de Carlos Augusto Corrêa
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Alexandre Faria é desses poetas que trabalham exaustivamente a palavra e fazem uma arte elíptica. Mas elíptica ao extremo. Estou com um livro seu aqui sobre o qual já falei há muito tempo, o venta não, com minúsculas mesmo, e que é prova maior do que acabei de escrever.
Seu texto conversa com a realidade externa. A Alexandre interessa o mundo essencial, de modo que as coisas superficiais se juntam a esse mundo essencial e se tornam universais.
Trago aqui o primeiro poema do livro e vão reparar na inquietação de Alexandre com o ato de gozar cada momento da existência. Ao mesmo tempo frisa ser impossível penetrar o mistério. A pessoa frui o presente mas não reúne condição de estar além das horas investigando o que há além do mundo material.
o que é com
só
aqui e agora
goza um enquanto
se insondável
nem sonhes
Texto bastante conciso e com a emoção circulando bem suave à superfície dos versos.